Wednesday, May 31, 2006

a minha pasta de dentes acabou!

a minha pasta de dentes acabou... logo agora, que me habituava aquele travo forte caracteristico de um amentolado azul, fresco e forte, muito forte.
sabor corpolento que me agradava muito. gostei desta pasta, a minha boca sentia-se confortavel com tal sabor, ainda bem que experimentei... mas ela resolveu acabar, mesmo antes de lhe poder confessar o meu gosto, mesmo antes de se aperceber o quando gostava dela.
terei usado de mais? terei devorado tudo de uma vez, sugado cada pedaço daquela bisnaga tão vorazmente, que nem reparei na asneira que fazi?
devia ter saboreado mais eu sei, agora sei, devia ter deixado a bisnaga por ali, devia ter deixado para saber onde a encontrar de novo! para sentir outra vez o mesmo sabor, para a trazer de novo prateleira para casa, tal e qual como da outra vez...
tenho pena que tenha acabado, mas tudo acaba, mesmo aquilo que não tem prazo de validade como esta pasta de dentes...
uma coisa sei, já que acabou, que fique assim...não quero viciar-me num sabor tão novo, mas tão poderoso, não quero sentir gosto naquele sabor, uma e outra vez, enquanto escovo os meus dentes, e por isso mesmo, no final do mês, no dia de ir ao supermercado vou ficar em casa, não quero olhar para a prateleira das pastas dos dentes; e vou dizer: mãe, compra-me uma pasta, que a minha acabou; mas azul não...traz uma qualquer, nem que não tenha sabor nenhum...aquela é que não...

Tuesday, May 30, 2006

se esfregarmos uma panela suja com um pano, provavelmente a sujidade permanece, fica por ali, usa o ar para predurar...
se usarmos aquele esfregão, duro, o verdadeiro palha de aço, a sujidade sai. as mães geralmente dizem que esses esfregões são duros com as panelas e com as nossas mãos, mas por fezes é preciso; afinal nem a melhor das maquinas de lavar loiça, uma invenção notavel, que consegue pôr um homen a trabalhar na cozinha, consegue tirar a sujidade mais ressequida...

sabes mãe, tens razão... a maquina é boa, mas neste caso não ajuda...o pano não chega para tirar a sujidade, mas serve para me iludir, deixa-me a pensar que me esforço para o fazer, e o esfregão de palha de aço, esse magoa-me muito, faz-me sangrar, chorar... na realidade não consigo usá-lo, na realidade, nãoq uero tirar de mim essa sujidade que alimento, que insito em deixar por ali...eu sei que é recente...que devia lavar já...mas não consigo!!
mãe ajuda-me...e por favor passa-me o esfregão e leva esta sujidade tão recente como a dor que me causa... não tenhas medo de magoar, porque de seguida tenho sempre o teu colo...

temos pena

temos pena...ou melhor eu tenho...
tenho pena que tudo seja branco, tenho pena que não tenha cor, tenho pena que o tempo não pare...tenho pena que não possa ser diferente... tenho pena que não me vejas...
tenho pena que nunca te possa perder...simplesmente porque tenho pena de nunca te ter ganho...

Wednesday, May 24, 2006

Vi-te

Hoje vi-te, mas tu não me viste a mim…
Ando há dias, com vontade, não de te ver, mas de ser vista por ti…

Monday, May 22, 2006

ouvi dizer


ouvi dizer que o fary ficou mais barato uns centimos, e que esta era a unica novidade do continente, no mesmo dia, que me parece que não é hoje, ouvi dizer, que lá longe, num lugar qualquer que não sei onde fica, mas que em tempos já foi dominado pelo salazar, morrem crianças aos montes, sim, morrem de fome, algumas de colera, outras ainda com sida; as moscas, esses bichos nogentos, correm atrás delas, ou melhor, não precisam de correr porque elas pouco se movem...
ouvi dizer que a musica da moda é o hip hop, por muito que o jazz se queira impor...
ouvi dizer que deus se chateou comigo, mas quero ver se resolvo isto...
ouvi dizer, que há muitas coisas a que deviamos dar mais atenção, mas nos fazem chatear, porque não são nossas...e resolvemos passar-lhes ao lado...
olha, no meio de tanta coisa quase me esquecia...ouvi dizer que te vais???? não sei que dizer, que pensar, mas pergunto, é verdade???
se assim for, vai de branco e na madrugada, assim é mais fácil ver-te partir...sabes, entre o nevoeiro,dissimulado entre todo aquele orvalho frio, não vou dar por isso, e tu, nem vais dar pelas minhas lagrimas...

o que foi que mais gostei

o tempo está a passar....de um hoje para um amanhã, alguém vem e faz perguntas, alguém vem e fala, e vem alguém e nada diz. um infinito mar de transeuntes a cruzarem um só caminho...
mas, se algum deles ousar falar para mim, quando me perguntar o que foi que mais gostei...vou responder, que foi de ti...

presente

emanavas um cheiro doce, pareceia que trazias em ti um brisa que vem do mar...por momentos pensei que o perfume que carregavas o dia inteiro era um presente meu...tolice!!!o mar não se dá, mesmo que tenha em si o cheiro de dois corpos que um dia dentro dele se tocaram...o mar imenso não se agarra num frasco e se oferece num embrulho dentro de um saco de papel....mas, também, o mar não é só água, espuma, sal... é infinito rol de presentes...e tudo o que te dei foi... foi...ai, desculpa não me lembro...por isso é que pergunto: o que te dei?saberás responder? terás recebido? sentiu, tocou, chegou ai???isso não sei, e sei que nunca saberei..o que te dei ficou em mim , e o que ficou não escrevo a cor, porque só faz sentido a branco...pois é em branco que estamos para o mundo!

( é ousado pedir mas, se souberes a resposta... faz com ela que chegue a mim...)

mãos


andas uma vida inteira à espera que te estendam a mão...um dia, então descobres, ((ou) que )estenderam tudo, para tirar de seguida, ((ou) que) a mão que se estende para ti, não é aquela que olhas e tanto esperas...