Thursday, September 07, 2006

panelas e tachos!!!

As panelas lá de casa tem manchas horríveis…nem sei como vos hei-de explicar!
Lá na casa onde moro agora, não há máquina de lavar a loiça, que diga-se também é pouca, é um sítio assim, feioso, mas não é por não ter máquina de lavar, mas antes por ainda não o sentir mesmo meu, mas isso é conversa longa e para depois…
Voltando às panelas, ao tachos, aos garfos e todos os utensílios metálicos, e ainda às suas terríveis manchas…eles que todos os dias partilham o mesmo meu espaço e presenciam a minha pequena lide de casa. Depois de lavados, brilham, a água quente e o poderoso detergente parece que fazem milagres e deixam por ali uma perfeição limpa…mas minutos depois voltam as manchas eternas, e ficam ali, e eu fico ali a olhá-las como se soubesse que elas vão estar sempre lá.
Não é a primeira vez que falo de panelas e da sua hipotética higiene, bem sei, mas as panelas e as suas manchas mostram-me um pouco do branco que há em mim…As manchas de ti que trago aqui, os momentos do meu dia em que não as vejo, em que não as sinto e quase me esqueço que elas não precisam de regressar porque vão estar sempre lá. Lá naquele branco guardado para ser pintado por ti, que não estás aqui agora, que não és nem tacho, nem panela, mas que eu continuo eternamente a tentar tampar com um qualquer testo, mesmo que eternamente manchado

Friday, September 01, 2006

Impossibilidade molecular

as pessoas não desaparecem, nem por magia isso acontece.
muitoa humanos expectantes muitas vezes anseiam pelo seu próprio desaparecimento temporário ou pelo simples sumisso dos outros.
mas a triste sina humana reduz-se ao facto de partir através do facto definido que é morrer e não pelo acontecimento em forma de desaparecimento.
tu não estas aqui, saiste deste espaço traçado como que dentro do meu vaivém e nunca mais te vi, nunca mais senti o quente ou o frio do que dissimuladamente me oferecias. nunca mais soube de ti, do rumo desse teu barco espacial, ás vezes suponho onde atracará ele nesta noite, na outra ou em qualquer outra passada ou futura.
não estás, não te vejo, não sei de ti e isso faz-me ficar calada, sem atrevimento, para ousar falar de nós.
ainda ontem era mágica a tua existência, era sentida a tua presença e na minha história havia o teu nome e m linhas seguidas.
ainda ontem era o livro que recebia as histórias muitas de todos os traços da tua vida, ainda ontem o meu tacto me dava noticias tuas.
e hoje, tudo o que tenho paraescrever de certo é que embora sumido e ausente, desaparecido não estás, e sei que não porque a impossibilidade molecular, não deixa!!